Juju Hats: Os decorativos chapéus africanos

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Sempre gostei de uma decoração mesclada com objetos étnicos, feitos por artesãos dos mais longínquos pontos do planeta e sempre me interessei por conhecer um pouco mais sobre as tradicionais técnicas artesanais e também sobre a história e o significado de cada um dos trabalhos. Mas o estilo étnico nunca deixa de me surpreender… e foi assim que eu descobri os lindíssimos Juju Hats.

 

Muito usado ultimamente por renomados designers de interiores na decoração das casas de seus clientes, o chapéu Juju, ou Bamileke ou chapéu de Tyn, como é chamado nos Camarões, percorreu um longo caminho desde as tradicionais cerimônias africanas até se tornar um adorno em paredes de casas contemporâneas.

 

Há centenas de anos as tribos Bamileke criaram esses chapéus para seus chefes tribais e famílias reais usarem durante as cerimônias, eles são muitas vezes usados junto com uma máscara de elefante, que denota riqueza e poder a seus portadores. A tribo Bamileke era originalmente de uma área ao sul dos Camarões conhecido como Mbam. Hoje a população é de cerca de 8 milhões de pessoas e deslocou-se para a savana ocidental da República dos Camarões. A tribo cultua um deus supremo e seus antepassados e é regida por um chefe da aldeia e apoiada por um conselho de anciãos. Veja aqui para mais informações sobre os Bamileke.

 

Os chapéus Juju têm grande importância principalmente nas cerimônias funerárias, pois quando um ancião morre, o chapéu é passado para o próximo da fila, para que ele possa herdar a riqueza e a reputação daquele que morreu.

 

Cada chapéu é único e leva de 2 a 4 dias para ser terminado. Eles são feitos durante os meses de estiagem, para que a ráfia e as penas estejam bem secas. A base de ráfia dos chapéus é tecida delicadamente para criar um forte apoio para as ripas móveis de madeira, criando uma plataforma para as penas, que foram antes selecionadas e tingidas com corantes orgânicos, serem montadas uma a uma, formando a belíssima textura do chapéu. Manufaturados desta forma, os chapéus são dobráveis e podem ser facilmente guardados e transportados, sem que as penas fiquem amassadas. Tradição sim, mas praticidade acima de tudo.

Hoje em dia o chapéu Juju continua sendo usado em Camarões por motivos cerimoniais, mas tornou-se um adorno contemporâneo e colorido para residências, hotéis, bares, restaurantes e todos os tipos de interiores em todo o mundo.

 

E aí, gostou? Eu acho eles fantásticos, adoro a textura e o colorido das peças e acho o efeito que causam simplesmente espetacular. Sozinhos ou em composição com outros objetos, eles criam composições inusitadas e interessantes.

Os Juju Hats podem ser encontrados em lojas especializadas em decoração e antiguidades étnicas – no Brasil só encontrei na Katmandu, em São Paulo – mas também em muitas lojas online internacionais como a Kronbali, a Safari Fusion, a Chairish, ou mesmo no eBay ou Etsy. Mas, se você é jeitosa e gosta de trabalhos manuais, você pode fazer seu próprio Juju Hat. Só acompanhar o detalhado tutorial de Erin e Tricia do blog Suburban Bitches.

Fonte: Design My World, Rand African Art e Pinterest